Ao longo de minha
experiência enquanto educadora me deparei com a experiência da inclusão
escolar de uma forma negativa,
infelizmente.
Vou citar apenas o que
vivenciei com dois destes educandos com necessidades educacionais especiais.
Trabalhava em uma
instituição de ensino particular e recebemos um discente com diagnóstico de
hiperatividade no nível de 6º ano. Ele necessitava de atenção e metodologia
adequada e, no entanto, tanto eu como os demais professores não sabíamos o que
fazer mediante sua falta de atenção e de interesse pelas aulas e em especial
com sua agressividade. Não tínhamos nenhum apoio especializado, e ao término do
ano fiquei me sentindo muito frustrada por não ter contribuído como gostaria e deveria para a devida inclusão
deste aluno. O qual, dentro dos moldes da instituição não conseguiu ser
aprovado para a série seguinte, porque parte dos professores de uma visão
engessada, exigiam dele o mesmo que exigiam de um aluno que conseguia se
moldar as aulas tradicionais.
A próxima vivência ocorreu
em uma escola pública, no 5º ano. Recebi uma aluna com deficiência física
ocasionada por danos em seu cérebro desde o nascimento. Ela precisava de ajuda
para alimentar-se, trocar fraldas e qualquer outra atividade, sendo totalmente
dependente. Consegui que depois de averiguação de suas necessidades fosse
autorizada a contratação de uma estagiária, que ao menos pudesse ajudar na
troca de fraldas e alimentação. Apesar de suas limitações esta aluna adorava ir
à escola e fazer as atividades com alguém colocando o lápis em sua mão e
movimentando sobre o caderno. Às vezes ficava tão empolgada para realizar as
atividades que como não conseguia controlar as reações de suas emoções sobre
seu corpo, acabava por ficar com as mãos tão rígidas que impossibilitava a
realização das atividades. Ela também ficava muito feliz e sorridente quando
líamos histórias ou cantávamos músicas para ela. E em momentos que eu estava
muito atarefada atendendo os demais alunos e não lhe dava a atenção que
necessitava começava a chorar, parando assim que me voltava para ela e lhe dava
a atenção devida. De todas as crianças com necessidades especiais que recebi e
não pude atender como mereciam, esta foi a que mais me marcou e emocionou. E
ainda neste momento que escrevo sobre ela, relembrando momentos que vivemos
juntas, ainda me emociono.
E, por todas as
experiências vividas com esses e outros educandos, em escolas nas quais não
pude contar com um especialista ou mesmo com uma estrutura voltada para o
atendimento desses alunos com necessidades educacionais especiais, o que me
levava à frustração e inconformação; resolvi participar do curso de formação a
distância que trata das tecnologias de informação e comunicação acessíveis, a
fim de buscar algum suporte para meu trabalho enquanto professora.
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